quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nunca te amei tanto

"Nunca te amei tanto, ma soeur,
Como quando de ti parti naquele pôr-de-sol.
O bosque engoliu-me, o bosque azul, ma soeur,
Sobre que já pousavam as estrelas pálidas a oeste.

Não me ri nem um pouco, nada, ma soeur,
Eu que a brincar ia ao encontro dum destino escuro -
Enquanto os rostos já atrás de mim
Devagar empalideciam ao anoitecer do bosque azul.
Tudo era belo naquele anoitecer único, ma soeur,
Nunca mais depois e nunca antes assim -
Verdade é: só me ficaram as grandes aves
Que ao anoitecer têm fome no céu escuro"

B. Brecht, in Do pobre B.B.